FILMES DA EDIÇÃO 2022

SESSÃO 01 - E DEPOIS, E DEPOIS E DEPOIS - 17/11 (19h00)

5 olhos encaram o mundo. Uma imagem acelerada, quase fantasmagórica, se forma na nossa frente. Uma pré-visualização de algo. Ainda enigmática em sua existência tripla: uma imagem por si só, uma imagem do que já foi e uma imagem de algo que ainda será. Diante dessa inquietação, palavras escritas e faladas se atropelam em seus sentidos e sons. Um enigma que propulsiona movimento e quebra a inércia do questionamento. Mesmo que ainda no movimento do olhar.

A sessão 01, que inicia a Mostra Principal do 6º Metrô, traz filmes que buscam encarar esse mundo. Do término surrealista de um romance, à relação da universidade com seus estudantes e a cidade, até o simples cotidiano imerso no ato de fazer Cinema. Filmes carregados de energia e que nos perguntam: “e depois?”. De quem são os 5 olhos? 

André F. Diniz

SESSÃO 02 - À ESQUINA, O DELÍRIO - 18/11 (16h30)

A cada passo dado, o cheiro mais forte e o medo azulado e escuro de cair no buraco sem fim da loucura. Sem sinal, sem o cabível nas mãos, se tem o delírio da imagem. A imagem. O que nos espera de mãos dadas com o que nunca se esperaria. A desilusão. O cheiro do delírio, o buraco e o descabido.

Nessa sessão, um após o outro, os filmes nos questionam e nos confrontam com o que é descabido dentro da normalidade e o não esperado dentro da rotina. Do trabalho, da família, do redor – retorcem e esticam os limites do que cabe na captura do movimento do delírio. Na febre que intercepta o caminho. Cuidado. 

Gabi Ferreira

SESSÃO 03 - NEBLINA E POEIRA - 19/11 (18h00)

Fazer as malas. Olhar para trás em despedida, girar os calcanhares e lançar-se para o universo. Procurar em si mesmo o combustível para o sonho – e questionar-se tantas vezes da existência de tal combustível. Reconstruir-se e ser reconstruído, partícula a partícula, por meio dos afetos.

A sessão 03 do 6º Metrô traz os medos e anseios de descobrir o mundo, condensá-lo e explodi-lo em suas imagens nebulosas, incompletas, distribuídas desordenadamente. O que sobra? Uma constelação de perguntas. Fazer filmes para que? Para quem?

Filmes que constroem seu foguete com os cacos que restaram. Para lançá-lo, muita poeira se espalha. A gravidade puxa de volta, como um peso nos ombros. Para que siga seu rumo, desprender suas partes é fundamental. Não há um destino certo, mas certamente há o desejo de se mover. Conseguiremos seguir em frente?

Ao menos, na noite escura do universo é possível avistar o Sol. 

Ju Choma

SESSÃO 04 - O ENIGMA DA ESFINGE - 19/11 (20h00)

Ao fim da jornada deste ano, reencontramos a esfinge em uma encruzilhada. Ela nos pergunta: Que história é essa? Que história é essa que vimos até aqui? Chegamos à quarta e última sessão da Mostra Principal do 6º Metrô. Aqui, estão filmes que olham para trás, para o lado, para a frente e questionam o que os olhos e os ouvidos alcançam.

Mas não questionam ao léu, questionam para construir outros futuros, outros cinemas, outras paisagens, outras famílias. O milagre do cinema feito em conjunto ganha a tela em meio ao carinho, ao abraço, à dor, à vontade de estar junto para construir mais. Ao fim, reencontramos o cinema? Reencontramos o mundo presente com o cinema? Fazer, fazer e refazer…

A resposta não satisfaz a esfinge. Novamente, ela nos pergunta: Que história é essa? Que história é essa que tem quatro, duas e três pernas? Finalmente juntos, envolvidos pelo milagre, encontramos o que?

Gabriel Borges

SESSÃO ESPECIAL - OLHAR O PASSADO, MIRAR O FUTURO - 20/11 (17h30)

♪ Meu Paraná… Meu Tricolor… ♪ Se algo é certo neste mundo, é a verdade inexorável do fim. O término, a ascensão e a derrocada, que mesmo assim guarda a promessa de um ressurgir. O 6º Metrô, abalado com a necessidade de acabar, opta por fazê-lo com um retorno ao que tornou-se memória, arquivo. Na sessão especial OLHAR O PASSADO, MIRAR O FUTURO, embarcaremos na correnteza do passado recente, exibindo em tela grande alguns dos filmes paranaenses das edições virtuais de 2020 e 2021 do Metrô.

Filmes que demonstram o anseio da forma e que, mesmo vistos pelo olho vigilante do Grande Irmão curatorial, recusam-se a se homogeneizar. Da desenhada narrativa familiar, ao frescor da comédia encenada, ao robusto catálogo digital da ubiquidade, à persistente fixação da luz na tira de filme, as obras desta sessão miram naquilo que lhes tornam únicas e rememoráveis. Mesmo no olhar ao passado, a diversa possibilidade do futuro se presentifica: a imagem vive para sempre. 

Iury Peres Malucelli