TEXTO DO JÚRI
Por ousar mover universos. Transformar pesquisa em obra audiovisual, escavando memórias, movendo territórios, transformando sentidos & linguagens, deslocando no tempo a força e o encantamento da ancestralidade afroameríndia, o prêmio Passagem vai para SOMBRAS DE MACUMBA NA LUZ DA MEMÓRIA, de Mysteryo, da Universidade Federal Fluminense.
TEXTO DO JÚRI
Tenso coração bate por um fio. Bate acelerado, respira fundo.
Encontrar maneiras de sobreviver diariamente diante da dor não é simples, não está dado e não é um caminho linear. Às vezes a gente se perde. Às vezes a gente tem dúvidas. Às vezes a gente precisa pedir ajuda aos nossos amigos. Quando não nos foi ensinado o caminho a seguir, ou melhor, quando o caminho a seguir não nos serve, o jeito é olhar em volta e vislumbrar bifurcações.
O filme passeia com vontade por essas estradas. Entre a solitude e o coletivo, entre a chaga e o cuidado, entre paredes de pedra que oprimem e a magia sutil do afeto. Pela instiga e o desejo de atravessar rios de linguagem; pela implacável necessidade que uma corpa limiar tem de viver e de amar; pela capacidade de comunicar as entranhas doloridas da vida travesti, o Troféu Passagem para SAGRADA TRAVESTI DO EVANGELHO, de Júlia F. Cândida, do Instituto Federal de Goiás.
TEXTO DO JÚRI
Uma jornada vibrante que nos convida a acompanhar personagens em busca de si mesmos. Trabalha de forma alegórica as transformações e escolhas da juventude, representada por uma estética visual impactante e uma narrativa envolvente, e que reflete seus dilemas e incertezas. A obra nos transporta para um universo onde identidade, reinvenção e futuro se entrelaçam, provocando reflexões sobre as escolhas que moldam nossas vidas. Realizado através de um processo colaborativo e criativo, o prêmio Passagem vai para CARCINIZAÇÃO, dirigido por Denis Souza da UFPel.
TEXTO DO JÚRI
O Troféu Ousadia & Alegria de Menção Honrosa vai para SORRISO AMARELO de Giulia Maria Roberta, da Universidade Estadual do Paraná.
TEXTO DO JÚRI UNIVERSITÁRIO
Pensar a produção universitária é pensar uma pluralidade: vemos no festival uma grande variedade de narrativas, formas, documentários, animações, ficções e cinemas experimentais. A tarefa do júri consistiu em pensar essas diversas maneiras de existências frente à arte. Em todas elas, o cinema surge como ferramenta que vai além da mera expressão, do discurso, mas adentra as esferas da pulsão, da inventividade e da afetividade. Afinal, o cinema dialoga com o mundo, entre a universidade e a sociedade, mediando de formas diversas como essa relação se torna possível. Uma ferramenta que, no contexto da faculdade, surge de um trabalho coletivo para ir a espaços muito além de seu escopo imediato.
Vários filmes nos tocaram durante esse processo. Sendo necessário contemplar apenas um filme, gostaríamos também de destacar outras histórias e narrativas que ressoaram com a gente. A narrativa apocalíptica extasiante de “Pálido Ponto Vermelho”, a explosividade imagética de “Carcinização”, a potência onírica e ancestral de “Os Sonhos Guiam” e a odisseia caótica de “Transurbano”.
Ainda sim, um filme pareceu conversar com essas temáticas de forma mais forte para nós do júri. Visando uma coletivadade total, mesclando formatos, rostos e desejos, atua como uma ferramenta de reinvindicação política por meio da mescla completa de diversas formas de expressão. Os jovens realizadores utilizam do documentário como uma forma de conciliar o humor, a beleza, a comunidade e todo o afeto presente não só no seu município, mas na sua realização. Sendo assim, o prêmio do Júri da Crítica vai para PISCA-PISCA, de Alerrando Pelaes Marques, Ana Beatriz Costa de Souza, Fernando de Carvalho Vaz, Gustavo Almeida dos Anjos, Deivid Souza Brazão, Ingrid Carol Maia dos Santos, Joabe Barata do Carmo, Maiane Estefany Rocha Fernandes, Manoel VIcente Cruza da Costa, Maria Fernanda Sanches, Zaquias dos Santos Pereira e Vitória Nascimento Farias, da Viração Educom.