Programação
19.11:
15h30 – Palestra – Paradiso Multiplica [Paço da Liberdade]
18h00 – Sessão 03 – Neblina e Poeira (69′) [Cinemateca]
20h00 – Sessão 04 – O Enigma da Esfinge (66′) [Cinemateca]
15h30: Palestra – Paradiso Multiplica
Com Mano Cappu. No Sesc Paço da Liberdade (Praça Generoso Marques, 189 – Centro).
Quem conta as histórias dos encarcerados?
Quem conta as histórias do corpos pretos e periféricos atravessados pelo encarceramento em massa no audiovisual brasileiro?
Rompendo com esse universo de estigmas e estereótipos sobre corpos privados de sua liberdade, Mano Cappu traz uma reflexão teórica e empírica sobre o cárcere ao narrar afeto paternal e masculinidade em seu primeiro curta-metragem (pré-produção) inspirado em uma história real, “Bença”.
Em “Bença”, Cappu traz conhecimento de causa e lugar fala ao cinematografar sua prisão injusta, reencontro e reconciliação com seu pai na prisão.
18h00: Sessão 03 - Neblina e Poeira
seguida de conversa com os realizadores. Na Cinemateca de Curitiba (Rua Pres. Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco).
Fazer as malas. Olhar para trás em despedida, girar os calcanhares e lançar-se para o universo. Procurar em si mesmo o combustível para o sonho – e questionar-se tantas vezes da existência de tal combustível. Reconstruir-se e ser reconstruído, partícula a partícula, por meio dos afetos.
A sessão 03 do 6º Metrô traz os medos e anseios de descobrir o mundo, condensá-lo e explodi-lo em suas imagens nebulosas, incompletas, distribuídas desordenadamente. O que sobra? Uma constelação de perguntas. Fazer filmes para que? Para quem?
Filmes que constroem seu foguete com os cacos que restaram. Para lançá-lo, muita poeira se espalha. A gravidade puxa de volta, como um peso nos ombros. Para que siga seu rumo, desprender suas partes é fundamental. Não há um destino certo, mas certamente há o desejo de se mover. Conseguiremos seguir em frente?
Ao menos, na noite escura do universo é possível avistar o Sol.
Ju Choma
20h00: Sessão 04 – O Enigma da Esfinge
seguida de conversa com os realizadores. Na Cinemateca de Curitiba (Rua Pres. Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco).
Ao fim da jornada deste ano, reencontramos a esfinge em uma encruzilhada. Ela nos pergunta: Que história é essa? Que história é essa que vimos até aqui? Chegamos à quarta e última sessão da Mostra Principal do 6º Metrô. Aqui, estão filmes que olham para trás, para o lado, para a frente e questionam o que os olhos e os ouvidos alcançam.
Mas não questionam ao léu, questionam para construir outros futuros, outros cinemas, outras paisagens, outras famílias. O milagre do cinema feito em conjunto ganha a tela em meio ao carinho, ao abraço, à dor, à vontade de estar junto para construir mais. Ao fim, reencontramos o cinema? Reencontramos o mundo presente com o cinema? Fazer, fazer e refazer…
A resposta não satisfaz a esfinge. Novamente, ela nos pergunta: Que história é essa? Que história é essa que tem quatro, duas e três pernas? Finalmente juntos, envolvidos pelo milagre, encontramos o que?
Gabriel Borges