Metrô 2024 | Ano 7

União? Reconstrução? Agora é guerra, futebol ou aperto de mão? O buraco é mais embaixo, sempre foi. Os filmes não indicam caminho certo ou rota definida. Ao longe se vislumbra um futuro, mas o horizonte mais parece miragem.

Enquanto isso, o trem ainda chega na estação. Após um ano sem passar na cidade, o Metrô – Festival do Cinema Universitário Brasileiro retorna para Curitiba em sua 7° edição. Com financiamento da Lei Paulo Gustavo no Paraná, o Metrô retorna e olha para o cenário do cinema universitário no país. 

A cada estação, paramos novamente em uma das sessões da Mostra Competitiva do Festival e, entre elas, ainda vemos da janela o Panorama, mostra ausente nas últimas 3 edições que retorna à programação do 7º Metrô. 

O amor está no ar. A cidade e o “profissionalismo” também. Após tanta explosão nos últimos anos, paira entre os filmes certo comedimento. Vontade de viver o instante? De recalcular a rota, voltar ao básico ou traçar nova estratégia de combate? O sonho de cinema ganha novos contornos, na vontade de vislumbrar e se inserir em um “mercado” ou no desejo por negá-lo e encontrar-se com a aventura, na paixão e na amizade. 

A reorganização de políticas de financiamento para o cinema e a cultura parece aquecer o desejo por construir mais ficções, por vezes convencionais, por vezes explosivas mas cada vez mais maduras. Colocar-se no desafio de contar histórias, de construir personagens e universos ficcionais torna-se a tônica central frente à realização combativa de obras experimentais em anos anteriores. 

O inimigo, claro, não está vencido. A extrema direita e o negacionismo continuam a gritar a plenos pulmões; o jogo político ainda cede para aquele lado. O horizonte é turvo. Não nos enganemos, o combate está aí! Em meio às amizades, à juventude, à inserção no mercado profissional, ainda está a luta, a rebeldia e a realidade. Os filmes se fazem presentes no mundo e no coletivo, ora dentro das comunidades, dispostos a ouvir e agir com os agentes locais, ora nos gritos individuais contra as condições impostas. Em meio às vontades por conformar as narrativas, sobressaem e destacamos as proposições de outros cinemas universitários, cinemas de imagens firmadas ou fugidias, efervescentes e inflamáveis, prontas para explodir nas telas e nas salas de aula.

Não se deixe dormir no ponto. A vontade de sonhar é grande, mas dormir é um perigo. Cuidado! Tudo é tão urgente e tão imediato. E olha que nem falamos da ansiedade que toma os filmes, dos receios com o novo mundo… Mas deixamos algumas coisas para os debates após cada sessão. Afinal, como os filmes, ainda precisamos encontrar tempo pra viver e imaginar. 

Nos vemos no 7º Metrô.

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